Blog do Marcelo

Foram tantos os conselhos e opiniões sobre meu Peugeot que refleti um pouco mais e decidi que o melhor mesmo é mudar de idéia, deixar de ser sentimental e passá-lo prá frente. Tremo só de pensar a qual amigo (ou de preferência inimigo) vou oferecer o carro.
Mas não pensem que é assim tão fácil, tão sem traumas. Afinal ele é como um filho rebelde, cujo pai não pensaria logo em expulsá-lo de casa por causa da rebeldia. Apesar de tudo, tem prestado relevantes serviços: leva-me diariamente ao trabalho, transporta os meninos para a faculdade, acompanha Edna onde quer que ela pretenda ir. E olha que trabalha duro. Mais de mil quilômetros por mês. Quase não descansa. Atravessa ruas esburacadas, lagoas, quebra-molas. O ar condicionado sempre a nos proporcionar conforto. Isso tudo numa idade onde já é considerado ancião. Em troca exige apenas um pouco de gasolina e cuidados, que reconheço não têm sido tão intensos. Então ele tem até certo ponto razão prá se rebelar. Mas a decisão está tomada, e será substituído. Não agora, porque estou sem condições de comprar outro. Será logo que puder.
Aproveito e peço aos que me aconselharam a ser um pai desnaturado uma orientação sobre qual a melhor marca. Só não vale dizer que a melhor marca chama-se "novo", já que neste momento essa possibilidade está descartada.
Enquanto isso fico sonhando com o dia em que teremos um sistema de transporte de massa de qualidade, que permitisse nosso deslocamento com rapidez, segurança e dignidade, e onde o uso do carro fosse opcional...
Um abraço
Marcelo