31 março 2006

 

O dia virou noite em Natal...

No dia 29 de março ocorreu um raro fenômeno astronômico: eclipse total do sol. Raro porque, embora ocorra de vez em quando, aqui em terras potiguares nunca havia ocorrido desde o descobrimento do Brasil, e o próximo em nosso país somente deverá ocorrer daqui a 40 anos e não será no Nordeste. O fenômeno iniciou aqui no Rio Grande do Norte e seguiu pelo oceano Atlântico, norte da África e Ásia Central, terminando na Mongólia. Um eclipse parcial pode ser visto na parte norte de dois terços da África, na Europa e na Ásia Central. Natal foi o melhor lugar para visualizar o espetáculo, estando na linha de 100% de cobertura do sol. Apesar de belo, o entusiasmo durou apenas 1min:33s. Viajando a quase dez quilômetros por segundo, a sombra da Lua rapidamente deixou o Brasil para atravessar o Atlântico sem passar por nenhuma ilha pela próxima ½ hora. Exatamente às 5h35, ocorreu o momento de obscuridade máxima, dando a impressão de noite, como se o sol tivesse nascido duas vezes em poucos minutos. Para presenciar o fenômeno ao vivo, milhares de cientistas, fãs da astronomia e simples curiosos estiveram nas praias de Natal, que ficaram congestionadas como se estivéssemos em tempo de revellion.
Em muitos lugares o eclipse foi saudado e aplaudido. Em outros as pessoas esconderam-se em casa, acreditando que traria mau agouro e desgraças.
Fico com o primeiro grupo, agradecendo este espetáculo da natureza e torcendo para que traga uma nova era, onde as pessoas possam ser mais fraternas e mais felizes, as tragédias possam diminuir e a humanidade tenha mais paz, mais amor ao próximo e mais dignidade.
Abraços...Marcelo

26 março 2006

 

Mais uma do cotidiano

Rubem Braga é um cronista extraordinário. Vejam que pérola ele conseguiu escrever, narrando um fato cotidiano:

Recado ao Senhor 903
“Vizinho,

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito a repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor; é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21h45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois as 8h15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará ate o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada: e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
[...] Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: ‘Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou’. E o outro respondesse: ‘Entra vizinho e come do meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela’.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.”

(Rubem Braga. "Para gostar de ler". São Paulo: Ática, 1991)

Abraços...Marcelo

22 março 2006

 

Chuva...

Fiz mais uma pequena melhoria na cara do blog. Podem olhar aí ao lado, abaixo da seção "archives" e verão um relógio digital e outro analógico. Apenas coisinhas de gente curiosa.
Desde o dia 19 (dia de São José) chove aqui em Natal. Não são chuvas tão intensas, mas suficientes para criar lagoas nas ruas, dificultar o trânsito, e principalmente baixar a temperatura, que estava em níveis insuportáveis. Serve também para mostrar o descaso de alguns governantes no que concerne ao planejamento urbano, assim como para nos lembrar como o IPTU, apesar de sempre crescente, não é utilizado de acordo com sua finalidade.
Apesar de tudo isso, é bom ouvir o barulho da chuva caindo, sentir o cheirinho característico de terra molhada, a explosão de vida com o aparecimento de insetos. Espero também que beneficie nossos agricultores, tão necessitados da chuva para seu sustento e para nosso consumo.
Vinde a nós, chuva, e sede bem-vinda!.
Abraços...Marcelo

16 março 2006

 

Aqui com meus botões...

Ano passado descobrimos a maravilha do blog Aqui com Meus Botões, que a Márcia, a menina La Dutra, estreou e manteve bem abastecido de belos textos, mostrando sua beleza interior, suas angústias, seus desejos, seus encantos, seus pensamentos, enfim. Ali ela se mostrava por inteiro, se expunha, mostrava a beleza de sua alma e a generosidade de seu coração. Não esqueço aquele texto onde ela homenageou Ritinha, sua grande amiga, blogueira experiente, e através do qual chegamos a conhecê-la. Saudade de Filha Acostuma?...foi um marco, um relato quase épico sobre a saudade da filha distante. A homenagem ao pai mostrou uma capacidade ímpar de descrever situações e demonstrou o carinho, o amor e a admiração ao profissional e à figura paterna. Até que surgiu um quarto de parede verde, onde o filho foi a figura principal, o protagonista daquele depoimento.
E de repente, sem aviso prévio, tudo parou. O que era doce acabou. Ficamos sem os textos, perdemos esta fonte de prazer. Não sei que razões levaram-na a abandonar o blog, nem farei qualquer juízo de valor. Sei que estamos com saudades, como crianças de quem foram retirados os brinquedos. Ficamos como veleiros em alto mar quando chega a calmaria.
Estamos esperando, com calma e esperança, seu retorno. Sabemos que voltará. Que seja breve!!
"tu és responsável por aquilo que cativas".

Abraços...Marcelo

15 março 2006

 

Mais Português...

Antes de entrar no tema principal, gostaria que vissem que já comecei a efetuar pequenas alterações no blog. Onde tem "comentários" existia "comments". Em vez de "about me" agora é "quem sou eu". E no lugar de "view my complete profile" está escrito "veja meu perfil completo". Outras e melhores mudanças ainda virão.

Sei que já falei sobre a língua portuguesa ontem (gerundismo) e prometi apresentar alguns erros do escritor Paulo Coelho. Eu ia fazer isto depois, mas não resisti e vou mostrar logo. O texto abaixo foi extraído do site Por trás das letras (
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/index.php) e é realmente muito interessante (um pouco longo, mas se for lido até a metade já é muita coisa):

AS "PÉROLAS" DE PAULO COELHO
(
Prof. J. Milton Gonçalves * )

Extraídas do livro "O Alquimista" (159ª. edição — Ed. Rocco)

O mago da literatura brasileira e seus esdrúxulos erros de português.

"Tratado a tapas e pontapés, nosso idioma ainda é mistério para muitos — mesmo para os que vivem dele!" (Josué Machado)

O escritor Paulo Coelho, que diz já ter encontrado sua pedra filosofal, precisa urgentemente encontrar uma boa gramática, um bom dicionário, e, se preferir — é claro! — uma pitada de mundrunga para resolver sua deficiência vernácula.

Numa entrevista à revista Playboy , o rei dos "best-sellers" disse que consegue separar nuvens com a força da mente, parar o tempo, fazer chover e até ficar invisível (entre outras coisas fantasmagóricas). Se nosso mago literário tem tantos poderes assim, bem que poderia invocar os espíritos dos grandes escritores brasileiros para expressar suas idéias, sem maltratar tanto o nosso idioma.
Encontram-se, aqui, apenas algumas "pérolas" extraídas do seu famoso livro O ALQUIMISTA publicado pela Editora Rocco, edição de número 159. É isto mesmo: centésima qüinquagésima nona edição. Sinto um extraordinário dó pelos leitores da primeira edição:

1. "Lembrou-se da espada — foi um preço caro contemplá-la um pouco, mas também nunca tinha visto algo igual antes." (Pág. 71)

Preço caro é erro indecoroso. Caro já significa de preço elevado. O correto é dizer que o produto está caro ou o preço está alto, exagerado, excessivo (o que não é nenhuma novidade hoje em dia).

2. " Haviam certas ovelhas, porém, que demoravam um pouco para levantar . " (Pág. 22)

Não há registro, em nossa literatura, de nenhum outro escritor que tenha empregado haver no plural, com o sentido de existir . Não se pode atribuir a culpa ao revisor, uma vez que esse modelo de concordância aparece mais de dez vezes em todo o livro.
Demorar , no sentido de tardar, custar , usa-se com a, e não com para: Demorou a retornar à casa dos pais .
Levantar é sinônimo de erguer; levantar-se é que significa pôr-se de pé.

3. " dois dias atrás você disse que eu nunca tive sonhos de viajar." (Pág. 86)

A impressão que fica é que PC adora brincar de escrever português. Qualquer pessoa com dois dedinhos de leitura descontraída sabe que há e atrás não combinam.
"Há dois dias atrás" é expressão redundante, pois a idéia de passado já está contida no verbo haver, sendo desnecessário o uso do advérbio atrás . A excrescência também ocorre nas páginas 103, 133, 161, 210, 242...

4. "O teto tinha despencado muito tempo, e um enorme sicômoro havia crescido no local que antes abrigava a sacristia." (Pág. 21)

" Fazia aquilo anos, e já sabia o horário de cada pessoa." (Pág. 76)

Definitivamente o verbo haver é uma enorme pedra no sapato do nosso alquimista. Quando o verbo haver é usado com outro no tempo imperfeito (ou mais-que-perfeito), emprega-se havia , e não há : "Quando você chegou, eu já estava na sala havia cinco minutos". (Arnaldo Niskier)
O mesmo erro encontra-se ainda nas páginas 22, 83, 133, e 157...

5. "Em 1973, já desesperado com a ausência de progresso, cometi uma suprema irresponsabilidade. Nesta época eu era contratado pela Secretaria de Educação de Mato Grosso..." (Pág. 08)

Nesta época refere-se ao período em que o escritor estava escrevendo, e não a 1973. Nessa é que se usa com referência a tempo passado ou futuro. Naquela seria outra opção ajuizada. Os erros se repetem nas páginas 50, 54, 77, 119, 143, 238...

6. "— Então, nas Pirâmides do Egito, — ele falou as três últimas palavras lentamente, para que a velha pudesse entender..."(Pág. 37)

O verbo falar é intransitivo (não pede complemento); o verbo dizer é que se usa transitivamente. Falar só se usa com objeto em expressões como falar verdade, falar inglês, francês, etc.
Veja outros casos em que o verbo falar foi usado indevidamente:
" Por isso lhe falei que seu sonho era difícil." (Pág. 38)
"O velho, entretanto, insistiu. Falou que estava cansado, com sede..." (Pág. 42)
Antes da palavra que , usa-se dizer , e não falar.

7. "E quero que saiba que vou voltar. Eu te amo porque..." (Pág. 189)

Fazer alquimia com as pessoas de tratamento, parece ser a diversão preferida de Paulo Coelho. O próximo exemplo é ainda mais dramático:

"— Eu te amo porque tive um sonho... Eu te amo porque todo o Universo conspirou para que eu chegasse até você ." (Pág. 190)

Sei que é covardia comparar PC com um dos clássicos de nossa literatura. Mas confesso que não resisti à tentação. Compare este trecho de Machado de Assis, extraído de Dom Casmurro: "Aqui tendes a partitura, escutai-a, emendai-a, fazei-a executar, e se a achardes digna das alturas, admiti-me com ela a vossos pés..."

8. "Por isso costumava às vezes ler... ou comentar sobre as últimas novidades que via nas cidades por onde costumava passar." (Pág. 22)

Não se diz comentar sobre alguma coisa , mas sim comentar alguma coisa: "Todos comentavam o desastre." (Aurélio)
Dizer últimas novidades é chover no molhado. Novidade já pressupõe algo novo ou acontecimento recente. Não vou dizer que a expressão às vezes deveria estar entre virgulas, para não me tacharem de ranzinza. Veja outros deslizes semelhantes:

"O pastor contou dos campos de Andaluzia, das últimas novidades que viu nas cidades onde visitara." (Pág.24)

" A gente sempre acaba fazendo amigos novos , e não precisa ficar com eles dia após dia."(Pág. 40)
"O alquimista enfiou a mão dentro do buraco , e depois enfiou o braço até o ombro." (Pág. 184)
Últimas novidades... fazer amigos novos.. . enfiar dentro... Por que será que os alquimistas gostam de fazer isso com a gente? Por quê?!

9. " Todos os dias o rapaz ia para o poço esperar Fátima." (Pág. 157)

A preposição a indica deslocamento rápido, provisório; para, permanência definitiva: Quem vai à praia vai passear; quem vai para o litoral vai morar lá.

10. "Entretanto, à medida em que o tempo vai passando, ... " (Pág. 47)

Não existe a expressão à medida em que , mas sim à medida que.

11. "O rapaz deu uma desculpa qualquer para não responder aquela pergunta."(Pág. 25)

"Então ele sentiu uma imensa vontade de ir até lá, para ver se o silêncio conseguia responder suas perguntas." (Pág. 161)

Quem responde responde a alguma coisa: ( responder àquela pergunta, responder a suas (ou às suas ) perguntas)

12. "O rapaz assistiu aquilo tudo fascinado." (Pág. 207)

O verbo assistir no sentido de observar exige a preposição a. A expressão àquilo tudo equivale a a tudo aquilo.

13. "Mas tinha a espada em sua mão." (Pág. 175)

"...Um cavaleiro todo vestido de negro, com um falcão em seu ombro esquerdo." (Pág. 173)
Não se emprega o possessivo quando se trata de parte do corpo, qualidade do espírito ou peças do vestuário. Nesse caso, usa-se apenas o artigo: (na mão, no ombro).

14. "A menina ficava deslumbrada quando ele começava a lhe explicar que as ovelhas devem ser tosquiadas de trás para frente ." (Pág. 41)

"— Daqui para frente você vai sozinho — disse o Alquimista." (Pág. 229)

A expressão correta é para a frente (sempre com a presença do artigo). Qualquer gramática elementar registra isso.

15. " Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou numa sala e viu uma atividade imensa..." (Pág. 58)

" Ao invés do aço ou da bala de fuzil, ele foi enforcado numa tamareira também morta." (Pág. 178)

A locução ao invés de só se usa quando há idéias opostas; significa ao contrário de : A o invés de atacar, o time só joga na retranca. Quando as alternativas não são contrárias, utiliza-se em vez de, que quer dizer em lugar de: Em vez de jogar com dois atacantes, o time jogou apenas com um.

16. "Tinham-se passado onze meses e nove dias desde que ele havia pisado no continente africano." (Pág. 95)

O verbo pisar é transitivo direto; rejeita, pois, a preposição em . (Corrija-se para: ...havia pisado o continente )

"O chão estava coberto com os mais belos tapetes que já havia pisado , e do teto pendiam lustres de metal amarelo trabalhado, coberto de velas acessas ." (Pág. 167)
Aqui o verbo pisar foi empregado corretamente. O exemplo só perde o brilho devido ao erro que aparece na última palavra. É culpa do revisor.

17. "Quase ia falando do tesouro, mas resolveu ficar calado. Senão era bem capaz do árabe querer uma parte..." (Pág. 65)

Na linguagem escorreita não se usa capaz por provável (nem possível ), fato comum na comunicação descontraída, em portas de botequins: (...era bem provável que o árabe quisesse ).

18. "A África ficava a apenas algumas horas da Tarifa." (Pág. 43)

"Ah, se eles soubessem que a apenas duas horas de barco existem tantas coisas dife- rentes." (Pág. 71)

"Estamos há apenas duas horas da Espanha." (Pág. 65 )

O advérbio apenas não deve ficar entre a preposição e o termo regido.Corrija-se para apenas a.
Não se deve dizer da Tarifa , como está no primeiro exemplo, e sim de Tarifa. Com exceção de Cairo, Rio de Janeiro e Porto, nomes de cidade não exigem artigo.
A presença da palavra há exercendo o papel de preposição, no terceiro exemplo, é um pecado inominável. Não é coisa de gente sóbria.
Desculpe-me de minha franqueza, meu prezado alquimista, mas quem redige dessa maneira não deve ter a menor consideração para com seus leitores.

19. " Já não havia mais a esperança e a aventura..." (Pág. 79)

O uso simultâneo de já e mais constitui redundância. Elimine um dos dois termos, e a oração ficará irrepreensível.
"Se a gente não for como elas esperam ficar, chateadas." (Pág. 40)
Tarefa ingrata é tentar descobrir o sentido dessa frase. Cabeça de mago e bumbum de criança sempre têm coisas estranhas, muito estranhas...

20. " ‘O pipoqueiro' , disse para si mesmo, sem completar a frase." (Pág. 55)

Ora, se a frase não foi concluída, então a expressão deve terminar com reticências. Pois a função dos três pontos é exatamente indicar a omissão intencional de uma coisa que se devia ou podia dizer:
Correção: "O pipoqueiro..."

21. "Depois de vencidos os obstáculos, ele voltava de novo..." (Pág.113)

Obstáculos não se vencem; superam-se. Os desafios é que são vencidos.

22. "E que tanto os pastores, como os marinheiros, como os caixeiro-viajantes , sempre conheciam..." (Pág. 26)

Nas palavras compostas por substantivo + adjetivo, flexionam- se os dois elementos.

23. " Assim que sentaram na única mesa existente, o Mercador de Cristais sorriu." (Pág. 78)

Sentar na mesa deve ser muito engraçado mesmo. Os alquimistas, assim como os políticos, talvez tenham por hábito sentar na mesa. Pessoas normais, contudo, sentam-se à mesa.

24. "Naquela época não havia imprensa... Não havia jeito de todo mundo tomar conheci-mento da Alquimia." (Pág. 133)

Devemos empregar todo o e toda a quando essas expressões equivalerem a o...inteiro e a...inteira: Não havia jeito de o mundo inteiro tomar conhecimento da Alquimia. Todo e toda (sem o artigo) significa qualquer. Toda gramática ensina isso.

25. "A visão logo sumiu, mas aquilo lhe deixou sobressaltado." (Pág. 162)

Segundo mestre Aurélio, o verbo deixar no sentido de "fazer que fique (em certo estado ou condição); tornar é transitivo direto: Deixei-o alegre; A transação deixou-o rico".
Na página 167, PC escreveu com rara sobriedade: "O que viu deixou -o extasiado".

26. " Para quê tanto dinheiro?" (Pág. 203)

O acento só se justificaria se o que estivesse no final da frase: "Tanto dinheiro para quê ?".

27. "Mas de repente a vida me deu dinheiro suficiente, e eu tenho todo o tempo que preciso." (Pág. 100)

Na linguagem apurada, o verbo precisar não abre mão da preposição de: (todo o tempo de que preciso ), a menos que ele venha antes de infinitivo.
Sem querer me parecer ranheta, acho que "de repente" ficaria bem entre vírgulas. É só uma questão de estilo...

28. "As pessoas preferem casar suas filhas com pipoqueiros do que com pastores." (Pág. 49)

O correto é preferir uma coisa a outra , e nunca do que outra. (Corrija-se para: ...pipoqueiros a casá-las com pastores .)

29. "Então os guerreiros viviam apenas o presente... e eles tinham que prestar atenção em muitas coisas." (Pág. 164)

"No presente é que está o segredo; se você prestar atenção no presente, poderá melhorá-lo." (Pág. 166)
Presta-se atenção a alguém ou a alguma coisa, e não em.

30. "Ninguém disse qualquer palavra enquanto o velho falava." (Pág. 170)

"O camelos são traiçoeiros: andam milhares de passos, e não dão qualquer sinal de cansaço." (Pág. 181)

Qualquer se usa nas orações declarativas afirmativas; nas negativas, usam-se nenhum e suas variações: " Veio duma cidade qualquer , sua vida não foi boa nem má; foi como a dos homens comuns, a dos que não fizeram nenhum destino..." (Cecília Meireles)

31. "A velha pediu para que ele repetisse o juramento olhando para a imagem do Sagrado Coração de Jesus." (38) (Correção: ... pediu que ele ...)

"... Pediu para lhe mostrar onde morava Fátima." (Pág. 189 ) (Correção: Pediu que lhe mostrasse ...)

Seguindo a gramática à risca, pedir para só se usa para solicitar licença, permissão ou autorização. Nos demais casos, usa-se pedir que : "Minha mãe ficou perplexa quando lhe pedi para ir ao enterro". (Machado de Assis) / " Pedira delicadamente que não se deixasse exposto à vista nada de valor". (Carlos Drumond de Andrade).

32. "— Podemos chegar amanhã nas Pirâmides..." (Pág. 66)

"O rapaz se aproximou de uma mulher que havia chegado no poço..." (Pág. 150)

"Chegou na pequena igreja... quando já estava quase anoitecendo." (Pág. 245)

Chegar em um lugar é regência dominante na fala brasileira e é encontradiça em alguns escritores medíocres ou sem muita expressão no meio literário, salvo raríssimas exceções.
Verbos de movimento exigem a , e não em: Chega-se sempre, e bem, a algum lugar. O único caso em que se pode empregar em com chegar é na referência a tempo: chegar em cima da hora .
É muito comum a expressão chegar em casa. Os escritores de boa nota, contudo, preferem chegar a casa: "Ao chegar a casa, Tavares encontrou a irmã preocupada". (Dias Gomes)

33. "— Por que quis me ver? — disse o rapaz." (Pág. 180)

"— E por que o deserto ia contar isto a um estranho, quando sabe que estamos há várias gerações aqui? — disse outro chefe tribal." (Pág. 168)

Quando há uma pergunta, no discurso direto, o sensato é empregar um destes verbos: indagar, perguntar, interrogar...

34."Mas as crianças sempre conseguem mexer com os animais sem que eles se assustem. Não sei porquê . " (Pág. 36 ) (Correção: Não sei por quê. )

"E por que ?" (Pág. 56 ) (Correção : E por quê? )

"Até que um deles, o mais velho (e o mais temido), perguntou porque o cameleiro estava tão interessado em saber o futuro." (Pág. 165 ) (Correção: ...por que o cameleiro...)

"Não pergunte porquê ; não sei." (Pág. 209 ) (Correção: Não pergunte por quê;... )

Entre muitas outras coisas, Paulo Coelho também não domina o uso dos porquês.
Veja como mestre Salomão Serebrenick elucida o caso sem magia nem bruxaria, no seu fabuloso livro 70 Segredos da Língua Portuguesa:
"A melhor norma prática a seguir é esta: só juntar os dois elementos num único caso — quando se tratar de uma resposta ou de uma explicação; nos demais casos, que constituem a grande maioria, separar os dois elementos.
Em final de frase, acentua-se o e: Já sei por quê. Também se acentua quando se trata de substantivo: É bom conhecer o porquê das coisas ."

35. "Eu lhe ensinarei como conseguir o tesouro escondido. Boa tarde ." (Pág. 51)

O verbo ensinar merece atenção muito especial. Quando se ensina algo a alguém, temos: O professor ensinou- lhe a lição. Quando se ensina alguém a fazer algo, temos: O professor ensinou- o a ler e escrever.
No segundo caso, temos um erro quase que insignificante. Mas não nos esqueçamos de que a língua é feita de detalhes: os cumprimentos bom-dia, boa-tarde e boa-noite só se constroem com hifem. É uma pena que certos alquimistas não estejam preocupados com essas coisas miúdas: o negócio deles é encontrar a pedra filosofal. Aposto que nem querem saber se hifem é variante de hífen. O vernáculo para eles está em último plano.

36. "Mas o comerciante finalmente chegou e mandou que ele tosquiasse quatro ovelhas." (Pág. 25)

O verbo mandar na acepção de ordenar rege o pronome oblíquo o . No entanto, se o infinitivo for um verbo transitivo, como no caso em questão, é admissível também o pronome lhe. Segundo Celso Luft, também é correto construir: mandou-o (ou mandou-lhe) que tosquiasse as quatro ovelhas. Assim, PC teria quatro motivos para não pecar:

a) ...mandou-o que tosquiasse...
b) ...mandou-lhe que tosquiasse...
c) ...mandou-o tosquiar...
d) ...mandou-lhe tosquiar...


Todos sabemos que consultar um dicionário de regência verbal não é tão divertido quanto separar nuvens com a força da mente (ou fechar os olhos e viajar pelos campos de Andaluzia...), MAS APRENDEM-SE COISAS INSUSPEITAS.

REMATE: O enredo do livro O ALQUIMISTA é interessante. Isso nos faz entender por que PAULO COELHO é um dos dez escritores mais lidos em todo o mundo. Li a versão em inglês, e fiquei encantado. Com certeza, ele faz jus a todos os prêmios que tem recebido até aqui. Mas uma coisa precisa ficar bem clara: enquanto PAULO COELHO não permitir que suas obras sejam revisadas por pessoas competentes, jamais será reconhecido, no Brasil, como um grande escritor, porque definiti- vamente nosso mago vendedor de livros não conhece o idioma em que se exprime. E digo mais: se continuar atropelando nossa tão maltratada língua, sempre haverá alguém com motivo de sobra para escrever frases como esta: "Podia haver prêmios literários conferidos a escritores para que não escrevessem." (Afonso Lopes Vieira, Nova Demanda do Graal , pág. 319 )

* Prof. J. Milton Gonçalves — autor dos livros GAFES ESPORTIVAS e TIRA-TEIMAS DE PORTUGUÊS — MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL —Tel.: (0**18) 271- 2128.
FAZ REVISÃO EM PUBLICAÇÕES DE LÍNGUA INGLESA E DE LÍNGUA PORTUGUESA


Tá bom ou quer mais?
Marcelo

14 março 2006

 

Uso e Abuso do Gerúndio

O Diário da Região de Rio Preto publicou matéria no último domingo, 6 de abril, sobre o emprego do gerúndio, fazendo críticas (justas) ao seu emprego abusivo e de forma gramaticalmente errada, prática esta que tem sido bastante utilizada por operadores de telemarketing, alguns jornalistas e pessoas em geral. Frases do tipo "Vamos estar mandando isso amanhã" (uso impróprio do gerúndio) / "Vamos mandar isso amanhã"/ "Mandaremos isso amanhã" (usos próprios) ou "Eu vou estar mandando um fax" ou ainda "Vou estar telefonando em breve" têm sido usadas frequentemente.
Este emprego do gerúndio na sintaxe portuguesa do Brasil ocorre por contaminação da sintaxe inglesa. Traduziu-se 'We'll be sending it tomorrow" por "Nós vamos estar mandando isso amanhã". O atendimento das moças do telemarketing contaminou a fala das pessoas.
Trata-se de um estrangeirismo na sintaxe portuguesa. Este vício tomou o nome de gerundismo, e tem sido combatido ferozmente por pessoas que preservam a nossa língua, com artigos em jornais, internet, etc.
Eu faço coro com estes defensores, mas não condeno o gerúndio, e sim o seu uso inadequado.
Não acho que o gerúndio seja abominável. Pelo contrário: ele pode e deve ser usado para expressar uma ação em curso ou uma ação simultânea a outra, ou para exprimir a idéia de progressão indefinida. Combinado com os auxiliares estar, andar, ir, vir, o gerúndio marca uma ação durativa, com aspectos diferenciados:

1) com estar, o momento é rigoroso: Está havendo, hoje em dia, um certo abuso... Os preços estão subindo todos os dias. O país está entrando numa crise sem precedentes.

2) com andar, predomina a idéia de intensidade ou movimento reiterado: Andei buscando uma saída para a crise. Andaram falando mal de ti.

3) com ir, a ação durativa se realiza progressivamente: O tempo foi passando e nada de solução. Aos poucos ela vai ganhando a confiança do patrão.

4) com vir, a ação se desenvolve gradualmente em direção à época ou ao lugar em que nos encontramos: O livro não registra como tal expressão vem sendo usada pelos brasileiros. A noite vai chegando de mansinho.

Como pode perceber, o gerúndio faz parte da nossa língua, pode e deve ser usado, mas de forma correta e sem abusos.

Pesquisei um pouco para dar essas explicações, e repassei matéria da Prof. Maria Tereza de Queiroz Piacentini, professora de Inglês e Português, divulgada na Internet.

Em tempo: o gerundismos também pode ser chamado de Endorréia. "É assim que os puristas chamam ao abuso do gerúndio e ao seu uso pouco vernáculo", informa Rodrigues Lapa, em Estilística da Língua Portuguesa (1959:177).

Você dispensa o verbo auxiliar e o verbo de ação no gerúndio e aplica diretamente o mesmo
verbo de ação no infinitivo! É uma construção elegante, limpa, correta, com significado claro e indubitável! Vamos despachar para bem longe do nosso belo idioma essas construções aberrantes! A norma gramatical é clara:Depois de verbo auxiliar no infinitivo NUNCA se aplica verbo de ação no gerúndio!

Gostei muito deste tema e voltarei a falar sobre deslizes na língua portuguesa. Já tenho dois temas: o uso de muletas linguísticas e graves erros gramaticais encontrados em livros do premiado Paulo Coelho.

Por hoje é só. Abraços ... Marcelo

13 março 2006

 

Blogando

Como podem ver, estou de vez em quando efetuando mudanças no modelo (Template) do blog. É que estou descobrindo que blogar (ou seria bloguear?) não se limita a apenas escrever textos, ainda que para mim esta seja sua principal função. É uma oportunidade também para estudar um pouco de HTML, a linguagem utilizada para dar o formato e o estilo do blog. Tenho estudado um pouco esta linguagem e estou descobrindo como fazer algumas alterações que podem tornar o blog mais amigável, como mudar os textos para a lingua portuguesa, alterar algumas coisinhas em relação ao padrão do modelo usado, ver tudo que existe por trás dos links, como eles de fato funcionam. Tenho lido também alguns helps de especialistas em blog, com dicas de divulgação e de como aumentar a sua penetração e abrangência. Então estou iniciando este novo modelo hoje e gradatativamente devo efetuar algumas pequenas alterações, e veremos como ele vai ficando. Sei que esse assunto não deve ser muito interessante para os leitores, no entanto resolvi deixar aqui registrado esse meu novo interesse. Não esquecerei de modo algum a motivação primeira: de expressar meus sentimentos, minhas opiniões e minha visão de fatos que estão ocorrendo, além de simplesmente relatar as coisas que estão acontecendo por aqui, para que todo mundo tenha conhecimento.
Márcia, Marconi e Marco Aurélio, estou sentindo a falta de vocês
Um grande abraço....Marcelo

10 março 2006

 

Mulheres.....

Vimos e ouvimos durante toda essa semana uma sequência de justas homenagens ao dia internacional da mulher. Lemos centenas de e-mails, reportagens em jornais, na TV, festinhas no trabalho, imagens em cartazes nas ruas, nos fazendo lembrar e refletir sobre a condição feminina, a importancia da mulher e a influencia dela nos destinos da humanidade. Pouca coisa se pode acrescentar a tudo que foi dito e escrito, e eu não poderia deixar de também participar desta corrente e testemunhar minha admiração pela mulher e por tudo que ela representa.
Ainda hoje existem mulheres que se comportam e pensam como se estivessem no século passado. Naquela época a mulher era um ser que tinha como principal missão perpetuar a espécie, colocando no mundo muitos filhos. Os casamentos eram arranjados pelos pais, e tinham como principal objetivo conseguir para as filhas um homem provedor, que garantisse o sustento da esposa e da prole. Com o passar do tempo elas começaram a descobrir que poderiam ser bem mais que isso, que poderiam participar mais ativamente da sociedade, produzir bens além de filhos, casar por amor, discutir a relação, transformar o relacionamento em parceria, sentir prazer, contribuir na educação dos filhos, no orçamento familiar, sentirem-se úteis para a sociedade. E elas tinham de, além de descobrir tudo isso, convencer os homens a acreditar que seriam capazes de realizar estas transformações. Para isto, batalharam, sofreram, foram reprimidas, mas no final conseguiram. Hoje, com poucas excessões, ninguém mais duvida de sua capacidade de ser tudo isso. E não são, não deveriam ser nem serão iguais. A igualdade não é desejável. Homem e mulher são seres complementares, precisam ser diferentes. Cada um com suas peculiaridades, características e individualidades. E viva a diferença.
Creio que hoje a frente de luta das mulheres deve ser em cima das mais jovens que teimam em ser e pensar como antigamente. Que ainda sonham com o marido provedor. Que ainda acreditam que um marido rico é o seu único caminho. Que não se preparam para o mundo novo, cheio de desafios, de trabalho, de competição. Que devem batalhar para conseguir e conquistar seu lugar na sociedade. Que acreditam que o sucesso cairá do céu sem trabalho ou será consequencia de um corpo bonito, esquecendo que o tempo passará também para elas. Completado este convencimento, a batalha estará vencida, e não mais haverá necessidade de mostrar que têm os mesmos direitos e deveres.
Mas que sejam diferentes, femininas, mulheres em toda a sua plenitude.
O dia da mulher é todo dia, portanto minha homenagem não será apenas no dia da mulher.
Parabéns.....

Abraços...Marcelo

06 março 2006

 

O Oscar e outras considerações...

Vimos ontem mais uma edição da badalada festa de entrega da estatueta que premiou e reconheceu todos que se destacaram na indústria cinematográfica mundial, especialmente a americana. A festa, marcada por muito "glamour", celebridades e excentricidades, continua a ser um dos grandes eventos mundiais. Poucas surpresas à parte, o resultado foi mais ou menos o que se esperava, face às diversas indicações. Sem dúvida a festa é muito pertinente, pois a indústria cinematográfica movimenta milhões de dólares na economia mundial, gera empregos e serve de vitrine para as estrelas e celebridades.
Vivendo e sentindo este clima, faço um paralelo com a festa do prêmio Nobel, que reconhece aqueles que se destacam na ciencia, na tecnologia e na Paz. Os premiados, assim como o produto do trabalho que eles desenvolvem, também geram milhões de dólares para a economia mundial, além de contribuir para uma melhoria do bem estar, da saúde e da qualidade de vida no planeta.
Mas quem lembra quem foram os ganhadores do Nobel do ano passado? na medicina, na biologia, o premio Nobel da Paz? Pouca gente. A celebridade deles é efêmera, rápida, passageira. E até acredito que alguns deles estão bastante interessados no estrelismo também. Isto melhora o seu curriculo e carreia mais verbas para suas pesquisas.
Então porque as estrelas do Oscar são mais luminosas que as estrelas do Nobel? Coisas da natureza humana, não explicáveis por nós, simples mortais. Talvez um grande tratado sobre filosofia, conjugado com explicações freudianas, possa interpretar.
Fica o tema para reflexão de cada um.....
Abraços....marcelo

01 março 2006

 

Eles estão voltando!!!


Fim de carnaval. Vitória da Unidos de Vila Isabel, no Rio, e da Imperio da Casa Verde em São Paulo. Vitória xoxa da seleção brasileira sobre a Russia por 1 x 0. Como havia previsto, o tempo foi curto e delicioso ao lado dos meus pais. Não passeamos muito, pois a cidade estava completamente morta devido ao carnaval. O tempo foi consumido com visita a parentes, shoppings (quando estava aberto), alguns almoços fora, e a maior parte do tempo em casa mesmo, batendo papo furado, relembrando os tempos de Areia Branca, jogando conversa fora.
Agora tudo terminou e eles estão retornando, deixando um sentimento de vazio e uma saudade gostosa. Queria que estas visitas ocorressem com mais frequencia. Mostrei a eles os blogs dos sobrinhos, da Márcia e o meu, e acho que ele gostou. Percebi um certo interesse em adquirir um computador, interresse este bloqueado imediatamente por mamãe, que tem lá suas razões para ser contra. Não interfiro. Deixo que eles resolvam esta questão.
O Breno viajou para Caicó, uma cidade do interior onde o carnaval tem fama de ser bastante animado. Já a Marcela ficou conosco.
Para quem curtiu o carnaval ou viajou fugindo dele, espero que tenham sido felizes. É hora de tirar a ressaca e recomeçar as atividades normais de trabalho, de estudo, enfim, de produzir algo. Mas esse ano ainda tem copa do mundo e eleição...
Abraços a todos...

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